
Júlio de Matos foi um médico psiquiatra muito activo na reforma do ensino da Psiquiatria em Portugal.
Júlio de Matos was an active psychiatrist in the reform Psychiatry teaching in Portugal.
Em 1980 formou-se em Medicina na Escola Médico-Cirúrgica do Porto, com a tese Pathogenia das Halucinações e logo começou a exercer prática clínica no Hospital do Conde de Ferreira sendo rapidamente nomeado médico-adjunto em 1883. Uma década mais tarde em 1892, assumiu a direcção do Hospital, e mais tarde, em 1909, também a direcção do curso de clínica de doenças mentais e a docência de Psiquiatria no Porto. Em 1911, foi transferido para Lisboa, para assumir o cargo de director do Manicómio Bombarda de 1911 a 1922, bem como a cátedra de Clínica Psiquiátrica da Faculdade de Medicina de Lisboa. Foi também professor de Psiquiatria Forense no Curso Superior de Medicina Legal de Lisboa, membro do Conselho Médico-legal e sócio da Sociedade de Ciências Médicas.
In 1980, he graduated in Medicine at the Medical-Surgical School of Porto, with the thesis Pathogeny of Halucinations and soon began to practice clinical practice at Hospital do Conde de Ferreira, being quickly appointed doctor assistant in 1883. A decade later in 1892, he assumed the direction of the Hospital, and later, in 1909, also the direction of the course on Clinical Mental Illness and Psychiatry in Porto. In 1911, he was transferred to Lisbon, to assume the position of director of the Bombarda Mental Hospice from 1911 to 1922, as well as the chair of Clinical Psychiatry of the Faculty of Medicine of Lisbon. He was also a professor of Forensic Psychiatry at the Course of Forensic Medicine in Lisbon, a member of the Forensic Medicine Council and a member of the Society for Medical Sciences.
De entre algumas das suas obras destacam-se Manual de Doenças Mentais, dado à estampa em 1884 e reeditado em 1911 com o título de Elementos de Psychiatria; A Loucura, 1889; Halucinações e Ilusões, 1892; A Paranóia, 1898; Estudos Clínicos e Médico-legais sobre a Loucura, 1899; A Questão de Calmon, 1900; Os Alienados nos Tribunais, 3 vol., 1902-1907; Assistance aux Aliénés, 1903; Amnésia Visual, 1906.
Among some of his works, we highlight the Manual for Mental Diseases, first print in 1884 and reissued in 1911 with the title of Elements of Psychiatry and Madness, 1889; Hallucinations and Illusions , 1892; Paranóia , 1898; Clinical Studies and Medico-legal on Madness , 1899; The Question of Calmon, 1900; The Alienated in Courts, 3 vol., 1902-1907; Assistance aux Aliénés, 1903; Visual Amnesia, 1906.
Em reconhecimento da sua obra científica foi recebido como sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, pela Société Médico-psychologique e pela Société Clinique de Médecine Mentale. Com Teófilo Braga, na sua vertente de humanista e filantropo, dirigiu a revista O Positivismo, que é ainda hoje um valioso repositório de informação etnológica do povo português.
In recognition for his scientific work, he was appointed as corresponding member of the Lisbon Science Academy, by the Société Médico-psychologique and by the Société Clinique de Médecine Mentale. With Teófilo Braga, as a humanist and philanthropist, he directed the journal Positivism, which remains today a valuable repository of ethnological information on the Portuguese people.
Também a Júlio de Matos se deve a promulgação do Decreto de lei de 11 de Maio de 1911, que pretendia reformar a assistência psiquiátrica com a construção de hospitais e centros de assistência, no entanto apenas viu o inicio da construção do hospital, em 1942, que adquiriu depois o seu nome e que ainda hoje se encontra na Avenida do Brasil, em Lisboa, agora conhecido como Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa.
Júlio de Matos also owes the promulgation of the Law Decree of 11 May 1911, which intended to reform psychiatric care with the construction of hospitals and care centres, however he only saw the beginning of the construction of the hospital, in 1942, which later acquired its name and which is still found today on Avenida do Brasil, in Lisbon, now known as Centro Hospitalar Psiquiátrico of Lisboa.